O consórcio de plantas é caracterizado pelo cultivo de duas ou mais culturas em uma mesma área e ao mesmo tempo (Figura 1). Essa prática é extremamente importante para a produção de hortaliças, grãos, frutas e outras culturas, pois além das vantagens econômicas e ambientais, também permite otimizar a utilização de recursos ambientais, como nutrientes, água e radiação solar, uma vez que as espécies de plantas possuem ciclos de crescimento diferentes. Dessa forma, as plantas companheiras não competem por nutrientes, espaço, luz e nem oferecem efeitos tóxicos umas sobre as outras.
Figura 1. Exemplo de consórcio de plantas hortícolas. Fonte: https://www.paradadocolono.com.br/2021/04/14/plantas-companheiras-e-plantas-inimigas/
O consórcio tem como objetivo produzir um maior rendimento em uma determinada área, através de recursos que de outra forma não seriam utilizados por uma única cultura, mas para isso é necessário planejamento considerando o solo, o clima, as culturas e as variedades. Então como seria esse planejamento para um consórcio de hortaliças mais eficiente (Figura 2)?
Figura 2. Pensando na horta.
Planejamento de um consórcio de plantas:
a) Utiliza-se a entrelinha para o plantio da planta consorciada ou a faixa lateral ou, ainda, intercalada com a cultura principal. É importante atentar para que não ocorra abafamento das plantas consorciadas pelo adensamento das plantas.
b) Definir a cultura principal combinando plantas que tenham ciclo de vida diferente (Exemplo: a alface e rabanete); plantas que preferem sol direto e plantas que toleram alguma sombra (Exemplo: brócolis e alface); plantas com diferentes tipos de raízes (Exemplo: raízes profundas como as leguminosas e superficiais como as gramíneas);
c) Cultivo de plantas com diferentes portes (Exemplo: rasteiro como amendoim forrageiro, ereto como o milho e o arroz e trepador como o feijão de corda).
Quando as culturas são selecionadas adequadamente, outros benefícios são também são atingidos, como a utilização de algumas plantas para suprimir as ervas daninhas ou fornecem nutrientes. A sobreposição espacial e temporal entre as culturas pode variar, contudo essas condições devem ser incluídas em um sistema de cultivo em consorciação de culturas.
Entre os tipos de consorciações mais utilizadas, tem-se a mista, em linha, fronteira e dupla fronteira, conforme esquema apresentado na figura3.
Figura 3. Esquemas de disposição de plantas consorciadas. Fonte: https://www.hortabiologica.com/2012/12/consociacao-culturas/
A consorciação de culturas também utiliza a prática de sementeira de uma cultura de crescimento rápido, com uma cultura de crescimento lento, de modo que a cultura de crescimento rápido seja colhida antes da colheita de crescimento lento amadurecer.
O sucesso do consorcio, sobretudo, está na escolha correta das espécies a serem utilizadas, pois as plantas companheiras competirão por nutrientes, espaço, luz e nem apresentam efeitos tóxicos umas sobre as outras. Na figura 4 estão ilustradas a compatibilidade ou não de várias espécies hortícolas para auxiliar na escolha das espécies mais adequadas par ao consorcio e êxito no cultivo.
Figura 4. Espécies hortícolas compatíveis e incompatíveis para serem cultivadas em consórcio. Fonte: www.fazfacil.com.br
Referências
LEITE, C. D.; MEIRA, A. L. Consórcio de plantas. Disponível em: www.agricultura.gov.br/desenvolvimento-sustentavel/orgânicos. Acesso em: 04 set. 2023.
SOUZA, J. L.; RESENDE, P. Manual de horticultura orgânica. 2 ed. Atualizada e ampliada. Viçosa, MG: Aprenda Fácil, 2006. 843p.
https://www.hortabiologica.com/2012/12/consociacao-culturas/
www.fazfacil.com.br