22 Jul
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     A horticultura é uma atividade agrícola capaz de gerar renda em função da baixa dependência de insumos externos ou altos investimentos (Silva De Lima et al., 2020). Na horticultura estão inseridas as áreas de conhecimento em olericultura, fruticultura, plantas medicinais e aromáticas, fisiologia, fitoquímica, conservação pós-colheita e etnobotânica.

     A olericultura é um ramo da horticultura que envolve a exploração de um grande número de espécies de plantas, mais conhecidas como hortaliças, e que engloba culturas folhosas, raízes, bulbos, tubérculos e frutos diversos. Essa atividade tem sido apontada como uma excelente alternativa para o agronegócio brasileiro (Machado et al., 2007). Enquanto a fruticultura brasileira é uma das mais diversificadas do mundo e a área de cultivo com frutas no país supera 2 milhões de hectares. Um dos resultados mais expressivos está na criação de empregos ao longo de toda a cadeia produtiva: na produção de insumos, no campo, na agroindústria, e na prestação de serviços de distribuição e logística, bem como no agroturismo, além da geração de renda nos mercados interno e externo (Gerum et al., 2019). 

     Na figura 1, observa-se a comercialização de frutas e hortaliças na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), o que evidencia a importância da horticultura  na movimentação da economia.

Figura 1. Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP). Fonte: Acervo pessoal Kamila Monaco, 2012.


   Em relação as plantas medicinais, seu uso faz parte da história da humanidade, e se estende a todos os países, e vem crescendo, sobretudo nas últimas décadas com o uso de terapias e tratamentos de saúde alternativos e mais naturais. Isso se deve a maior valorização de uma vida e hábitos saudáveis, o consumo de produtos naturais; a maior percepção dos riscos de alimentos e medicamentos sintéticos; a descoberta de novos princípios ativos nas plantas; a comprovação científica de fitoterápicos; e o preço que, de maneira geral, é mais acessível à população com menor poder aquisitivo (Sousa & Miranda, 2003).


     Com a Fisiologia Vegetal, ramo da Botânica que investiga os processos vegetais, relacionados às funções vitais das plantas, como por exemplo, o crescimento, desenvolvimento e mecanismos de resposta às interações dos vegetais com ambiente, entende-se que os processos fisiológicos de uma planta abarcam todas as transformações físico-químicas que ocorrem no interior da célula ou organismo (Corrêa, 2009; Taiz et al., 2017). Já que estas produzem no seu metabolismo os fotoquímicos, ou seja, dois tipos de metabólitos denominados primários e secundários. Os primeiros são formados principalmente pelas proteínas, carboidratos e lipídeos que são responsáveis pelo crescimento, reprodução e formação das estruturas de sustentação das plantas. Já os metabólitos secundários constituem as formas de comunicação das plantas com o meio ambiente, no processo de proteção contra a radiação do sol (antioxidantes), contra organismos predadores, como fungos, bactérias e insetos, e na produção de feromônios para polinização e garantir a sobrevivência das espécies (Moraes et al, 2021). 

      Aliado aos estudos fisiológicos e considerando a perecibilidade dos produtos hortícolas, as tecnologias de conservação pós-colheita são utilizadas a fim de oferecer condições ambientais favoráveis para a conservação, sendo realizadas através do controle da temperatura, da circulação de ar e umidade relativa (Chitarra & Chitarra, 2005; França, 2011; Parisi, 2012;). Dentre as técnicas de conservação dos produtos destaca-se a utilização do resfriamento, atmosfera modificada e controlada, pois reduzem a atividade metabólica dos produtos, aumentando a vida útil de prateleira (França, 2011). E, finalmente, a etnobotânica, a ciência que “estuda as inter-relações diretas entre pessoas de culturas viventes e as plantas do seu meio, aliando fatores culturais, ambientais e as concepções desenvolvidas por essas culturas sobre as plantas e o aproveitamento que se faz delas”, sendo assim, é reconhecido como o estudo das relações íntimas entre o ser humano e as plantas, englobando as relações sociais e ecológicas, em outros termos, a estreita ligação do ser humano com a natureza (Albuquerque, 2005).



Referências Bibliográficas

Albuquerque, U. P. (2005) Etnobiologia e biodiversidade. Recife: Sociedade Brasileira de Etnobiologia e Etnoecologia, 78p. 

Chitarra, M. I. F. & Chitarra, A. B. (2005). Pós-colheita de frutos e hortaliças: fisiologia e manuseio. 2. ed. Lavras: UFLA, 785 p. 

Corrêa, E. R. Fisiología Vegetal. 2009

França, C.F.M. Conservação e qualidade pós-colheita em duas variedades de alface submetidas ao hidroresfriamento (2011) (Dissertação Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 44p. 

Gerum, A. F. A. de A. , et al. (2019). Fruticultura Tropical: potenciais riscos e seus impactos. Cruz das Almas, BA : Embrapa Mandioca e Fruticultura, 28 p. 

Machado, L. A., Barboza e Silva, V. & Oliveira, M. M. (2007). Uso de extratos vegetais no controle de pragas em horticultura; Biológico. .69 (2) : 103-106. 

Morais, Selene M. de et al. Gênero Cryptostegia: fitoquímica, atividades biológicas e aplicações industriais. (2021) Química Nova. 44 (6): 709-716. Doi:10.21577/0100-4042.20170716 

Parisi, M. C. M., Henrique, C. M. & Prati, P. (2012). Perdas pós-colheita: um gargalo na produção de alimentos. Pesquisa & Tecnologia. 9 (2). 

Silva De Lima, E.. Dias Silva, K., & da Silva Santana, G. . (2020). Dipterofauna associada à horticultura urbana e periurbana de Altamira, PA. Revista Multidisciplinar De Educação E Meio Ambiente. 1(2), 32. 

Sousa, J. A. & Miranda, E. M. (2003). Plantas medicinais e fitoterápicos: alternativas viáveis. In: Storre, P. L. & Bochniack, R. Uma leitura para os temas transversais: ensino fundamental. Curitiba: SENAR-PR, 620p. 

Taiz, L., Zeiger, E., Muller, I. M., Murphy, A. Fisiologia e desenvolvimento vegetal. [s.l.]Artmed Editora, 2017

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